"onde o amor comanda, não há vontade de poder;
onde o poder predomina, falta o amor"
c.g. jung, a psicologia do inconsciente
"onde o amor comanda, não há vontade de poder;
não que fique do lado do agressor, mas este causa-me sempre mais "curiosidade" do que o da vítima.
a senhora da portagem sorri-me sempre, com um sorriso super rasgado, e eu sorrio de volta.
Em cada bolhinha que sopro pelo nariz, quando me imerso totalmente na água, fruto do estilo de natação que escolho, por preguiça, bruços, talvez por ser também aquele que melhor me faz às costas, sei lá, por ser simétrico e ser isso que me falta, ser simétrica, em cada bolhinha, agarradinho a uma molécula de dióxido de carbono ou de água, ou a um oxigénio não consumido, espero que vá um bocadito desse mau sentimento, esse que me espreme o esófago como se ele fosse uma toalha toda molhada que queremos seca. E imagino ele a ir-se, como se fosse uma espécie de “era uma vez a vida” que incluisse bonequinhos para os maus sentimentos. Imagino-o com a cara do virus, magrinho, berinha, maroto, puta que o pariu ele que se vá embora, assim arrastadinho para o fundinho da piscina, como se tivesse uma bolinha bem pesadinha na perna.